sábado, 27 de dezembro de 2008

Começa, 2009...

O fim de ano não tem sido tão pesado quanto nos últimos tempos. Talvez uma recompensa, já que assim foi por muitos dias desses 360 e poucos.
Preciso agradecer a tudo que contribuiu pra que a minha mãe voltasse pra casa, saudável e falante depois de dias de sofrimento e medo. Preciso agradecer aos poucos e bons amigos que em 2008 só confirmei a importância. Preciso agradecer ao meu SM, por coisas que só ele sabe.
A despeito de qualquer sentimento futuro, que fique então registrado que 2008 foi difícil. Foi muito difícil. Mas que 2009 venha e traga o que quiser trazer. Estamos aqui pra viver.

Um beijo, mãe.
Obrigada, amigos.
Te adoro, Bru.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Ao meu namorado

Escrevo porque escrevo.
Como amo porque não tenho outro vício.
Como se amasse falar porque preciso amar, e te escolhi meu desejo, e te mereço por perto porque pintei com imaculada tinta, porque fingi me entregar, porque pedi a eles pra esperar.
Espero estes dias porque não sei mais não esperar.
Retalho as saudades e os ais, porque a espera chegou ao final. Refaço as ilusões, porque com braços mentirosos preciso te abraçar. Pra fingir felicidade. Pra beijar nossa ilustre espera.

sábado, 13 de dezembro de 2008

A um ausente

" Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste"

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 6 de dezembro de 2008

Foi

Está tudo na grande roda gigante. À cada volta menos medo, menos emoção e um relativo tédio sendo acumulado.
É incrível, mas eu estou aprendendo a tirar o cor de rosa do olhar. Porque cada vez que ousei sonhar romantismo sonhei com medo e não voltei. Então ficamos combinados: é mais fácil assim. É mais fácil nao esperar nada de nós dois. Eu de você e você de mim. É mais fácil.
E é muito mais chato.
Eu só queria me lembrar aonde foi que deixei o resto da ousadia romântica. Eu só queria saber pra não voltar mais lá e etiquetar a grande caixa dos sentimentos que morreram numa vida ainda bem pequena.

Vivamos.