quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

É daquelas inquietudes sem tamanho. Descansar um corpo que carrega a alma desassossegada.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Nossa arte


Não quero me acostumar a ser alí, a estar essa, a ter que não ter. Eu tenho medo do maduro, do normal, do necessário.
Eu me vejo no caminho do pessoal que a gente admira, mas eles só parecem felizes...
Eu tenho medo de não poder ser a criança do grito estridente, a puta do sexo ardente, a dona Maria do só quando for conveniente...
Eu quero mais pra que a gente continue sendo melhor. Mais bonito, mais diferente, mais a gente.
Entende que o fogo que já queimou foi tão certo em ser apagado. Mas não mude a água com açúcar com que apagava quando precisar dela de novo.
Sim, eu me entendo. Eu só não quero a vida alheia. Eu quero a nossa.

Vivamos
Que vontade de ficar sozinha.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Nas letras


Quando eu era menor, e quando eu era sem alguém, passava por instantes como esse. Eram momentos bobos, em que eu simplesmente precisava de um banho com a cabeça encostada na parede, só sentindo a água cair, pra poder pensar. E esses momentos eram os que rendiam melhores estratégias sobre a vida, sobre a minha vida, sobre mim.
Hoje, sem querer impor um instante de volta, cheguei até ele. E percebi que o corpo que recebia a água era o mesmo ou melhor que o de anos atrás. Mas que esse corpo mudava quando eu mais deveria olhar pra ele. Quando eu mais deveria adorá-lo. Parece-me que quanto mais havia a incerteza de tudo, mais certa de tudo eu ficava. É errado! Porque se fosse bom, eu aceitaria, mas não é. Parece-me que quando olho pra frente e não vejo nada, permito-me ver o que quiser. E quase sempre são mentiras, que sei serem assim, mas que tem uma força poderosa.
O que quero dizer a mim mesma, é que se há uma hora em que acreditar, então é essa! Porque não poderia ser a outra, em que nada de verdade existia, em que eram só meus pensamentos e minha boa auto-estima falando. Porque antes tudo poderia ser, mas não era, né? Havia, de fato, a imensa gama de possibilidades, mas se nunca chegaram até mim, não deveriam ser.
E quem deveria ser? Como eu posso negar que o melhor aconteceu? Que a vida que se pôs e que está ficando não é a melhor das opções? Tão boa e tão real que eu não poderia ter inventado.
É certo que quando nunca houve coisa alguma eu fui inteira e completa. E é certo que passo a ver hoje os fragmentos das certezas que tive um dia, pra poder, agora, endireitar os passos.

Então vivamos!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Não vão se largar


Mas ninguém sabe o que eu estou sentindo.
Mas hoje nem eu sei que o estou sentindo. Só há uma voz falando estranho, um sem resposta gritando insano e um certo nó me amarrando em pranto.

Como eu disse, é implacável. Não espera, não avisa, não prepara. Vem e quer de volta.
Eu dei. Mas que saudade dos braços dele...

Ele sempre me ajuda. É incrível como as mãos sempre se encaixam.

E talvez eu chore de susto então... é como se eu tivesse perdido, há muito tempo, e tanto que nem ele se lembra. Mas é como se eu vivesse agora toda morte que plantei antes. E eu não a colhi, por Deus, eu não colhi. Eu devo agradecer a ele, ao trevo, ao norte. Eu devo festejar de qualquer jeito a forma que se fez inteira, a que eu consegui encontrar. A que eu nunca parei de procurar.

E o que ofereço é minha vida. Do jeito que precisar que ela seja.

Obrigada e te amo, te amo, te amo...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010


Ah, eu não nasci pra trabalhar tanto! Não aguento

domingo, 3 de outubro de 2010

Ponto

Se existe um momento da vida em que ela vira um furacão e te põe no olho, eu estou num desse. E o olho não é exatamente o momento do completo desespero, em que você apenas faz um monte de merda, sabe que está fazendo, mas não pode responder porquê, onde errou e, muitíssimo menos, como poderia ter evitado. Uma vez no olho, você já avançou de fase e consegue saber que tipo de estímulo gera a merda, quais os estopins, como seu padrão dirá para reagir e, uma vez semi-consciente, sabe que é preciso pisar no freio pra não aumentar o problema.
É quando você se choca consigo mesmo e já tem uma idéia do tipo de monstro que é. Claro, porque todos somos, mas mostramos isso em cenas diferentes. E é preciso matar partes dele pra manter outras relações vivendo sadiamente.
Eu recentemente fui me pondo em frente a mim mesma, me envergonhando de mim mesma, e tentando transformar isso em azeite extra virgem. Sim, pegar o óleo preto e purificar. Purificar o poder de se perdoar sem auto-piedade. Entender que o monstro muitos ajudaram a formar, mas só você pode consertar, afinal, você consentiu por várias vezes pra que ele chegasse aqui tão fortalecido.

Estou aprendendo que perdoar alguém só é possível quando você já aprendeu a se perdoar por ser quem é. E quando aprendeu a não se conformar em ser ruim nem se engrandecer por ser bom, e principalmente não ser indiferente às conclusões que tira sobre si mesmo.

Eu não consigo mais fazer das palavras um ponto final na construção do meu crescimento. Já consegui e espero voltar a conseguir. Mas nem de longe isso me deixa amortecida. Acho que os pontos agora estão sendo colocados lá fora, na vida real.

Vivamos.
“Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”

Clarice Lispector

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Saudade


Hoje faz diferença se o dia está bonito ou cinza. Já não fez. Pouco interessava naqueles tempos se chovia, se ameaçava chover, se o sol ardia... a completude morava dentro de mim. Não sei de onde ela veio e aonde foi parar, mas foi tão rápido... e tamanho auto bem estar (e enfie o hífen onde quiser) não poderia durar muito tempo.

Hoje o dia está tão feio, o prédio tão vazio. Deixei de manhã o amor que me aquece e desde então estou com frio.

Posso viver sem os braços do meu amor, mas é tão pior sem eles...

Vivamos.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Era muito preto e branco

Com algum atraso, mas dentro da tradição

E cabe dizer que só li as 2 primeiras frases dessa porcaria. O resto não deve fazer nenhum sentido.

terça-feira, 17 de agosto de 2010


Já não suporto olhar no espelho, ouvir essa voz, ter o coração disparado. Já me dá nojo causar desgosto, listar mais médicos, procurar remédio.
Sinto a pressão da válvula que não escapa, que vaza errado, que me aperta! E não muda nada, os passos são pequenos, cada dia é mais um erro. A cada dia, mais errada. Penso em entupir o dia de tarefas, buscar cansaço, como fazia naqueles tempos. Não penso em nada com minha vontade. Não faço nada por mim, a despeito do que parece. Faço o que me mandam, pra que não me aterrorize e se consume o que berro tantas vezes. Mas o que eu berro, o que me faz ter tanto medo, não é tão grande assim. Ele se faz grande só pra poder ser medo. Só pra me aterrorizar.

Vendo o mundo circular num só redondo que me entontece. Estou enjoada.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Postando pela segunda vez

Porque eu adoro essas palavras.

A um ausente

" Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste"

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Pra que saibam por mim

Fale a eles que você não sente raiva. Deixa que vejam que é pavor, desespero, uma coisa toda que te engole, mas deixe claro que não é raiva. Pense bem quantas vezes já pediu que te deixassem e como mentia. Você não quer ficar só. É o contrário. Quer se encher de presença. Sobretudo da sua. Quer que os cantos da casa voltem a falar, que a sacada volte a entreter, que você volte a se bastar.
Você precisa dizer a ele que não quer que vá embora. Que não quer dominá-lo. Que não quer porque acha que ele ganha ao ficar. Que podem ganhar.
Você precisa parar de chorar, de se preparar, de tentar agradar. Não pode ser que vejam pena onde há espaço pra ganhar.
Só ache, ache, ache um jeito de mostrar! Diga a eles que quer ficar. Que quer que fique. E que não é só você quem tem que implorar.

Faça isso por você. Por mim.

Vivamos.

terça-feira, 27 de julho de 2010

A um anjo

Hoje eu sei que você me perdoa. Agora eu sinto. A tristeza sempre foi imensa e cheia de dor permeando tudo. Você sabe disso e por isso me perdoou. E se não fui pra você, uma hora vou ser. E juro, juro! Serei a melhor de todas elas! Pra sempre com você. Porque você é o elo que nunca acaba. O único eterno. E pra sempre será a razão de todas as coisas.

Você é a razão de todas as minhas coisas de hoje. A correria pra faculdade, os engasgos no trabalho, o namoro com o melhor possível... tudo. É tudo por você.

Eternamente sua. Eternamente meu.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

terça-feira, 20 de julho de 2010

Mas que grande!

Mas que bobagem, hein? Perder a vida enquanto é jovem em prol de um futuro que, se chegar, te encontrará velho e desalinhado...

Mas que grande circo da vida.

Pouco a pouco, todos meus fantasmas caem na minha frente, estúpidos e afoitos.

O que sobra quando vão embora é que, pouco a pouco, vou equacionando em parcelas de ódio cada um que me trouxe o medo, que me tirou a paz e sepultando não os fantasmas, mas os humanos que me fizeram lembrar que eles existem.

Recebam todo meu ódio, sofrivelmente gritado.

CBF - Comentários Bananas de Futebol

Novo blog, meu e do Bruno.

http://www.comentariosbananasdefutebol.blogspot.com/

Vejam lá.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Ando meio perturbada, meio mal alimentada, passando os dias com dores diversas. Não sei qual é o mal que dá origem a tudo isso, qual personagem devo matar nessas angústias, mas penso o tempo todo e ando perturbada.
Devem ser aqueles lá, do lado de lá, do lado de cá. Também deve ser a promessa do canudo em tão curto prazo, ironizo.
Sei lá, mas sejam eles ou o tal do Fermat, eu ando muito perturbada.

Que passe.

terça-feira, 27 de abril de 2010

É mentira


Não acredito mais nas minhas verdades. Ah, nunca foram tão sinceras comigo.
Muitas vezes me fiz triste por coisa nenhuma, por pura frescura que ganhou corpo e me pos alí. No canto. No fundo do canto que demorei pra sair.
Então não acredito mais em nada com tamanho fervor, ou profundo amor, ou o que for. Não será verdade. Será só o pensamento que veio e não foi.
Tenho tentado deixar a casa em dia. Mas não sei jamais de onde é que devo tirar o pó ou onde devo colocar mais.
Prefiro esquecer, se tiver a escolha. Seja boa ou seja ruim, uma história esquecida vale mais dias de vida.
Se for o caso, você me conta de novo e a gente ri de novo. Se não, que vire nada o que eu tinha pra chorar.
E vai que vai.

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E por falar em vai-que-vai, hoje me lembrei de um casal oriental que namorava lá na escola. Eram tão sem graça aqueles dois... mas duraram anos! E hoje em dia eu ainda me lembro do "casal devagar e sempre" e não só isso: eu admiro os insosos.
Porque chega de tempero nas relações.
Hoje em dia o negócio é fazer virar.

sábado, 17 de abril de 2010


Amar você me emociona.

Te amo em tudo. Agradeço tudo.

E eu farei o melhor que puder pra você ser o cara mais feliz do mundo.

Te amo, amore.

sábado, 27 de março de 2010

2 anos


Te amo, meu SM.

Obrigada você por mais esse ano comigo.

E que venham todos os outros.

Te amo!

SM.

28/03/2010

sexta-feira, 26 de março de 2010

Quem sabe daqui 50 anos




















Tudo que eu juntei até hoje foram algumas frases que constantemente me vem à cabeça. Algo como ensinamentos, sentimentos aprendidos, comportamentos reconhecidos, coisas assim.
Coisas que não serviram pra me fazer feliz. Porque felicidade não é entender a si mesmo ou ao outro. É dar a sorte de conviver com alguém, ainda que você nunca o entenda.
Isso não tem preço.
Passar os dias sabendo que existe uma pessoa que não apenas te ensinou muita coisa. Não só alguém com quem você se tornou o mestre em sabedoria que é hoje. Mas saber que existe essa pessoa e ela estará lá. Que vai poder conversar, trocar miúdos, rir alguma coisa, sei lá...
Depois de tantos anos, aprendi que aprender pouco importa no fim das contas. Pouco importa se você chegou aos 70 anos sábio e experiente se estiver mofando, sozinho, vivendo das coisas que aprendeu.
Pouco importa porque o máximo que isso pode te trazer de prazer é dizer as coisas que aprendeu à uma multidão. E esse prazer se desfaz no ar quando souber que ninguém vai aprender com você. Mas quem sabe a daqui 50 anos...

Eu quero a sorte de viver junto.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Castigo

Dolores Duran

Composição: Dolores Duran

A gente briga, diz tanta coisa que não quer dizer
Briga pensando que não vai sofrer
Que não faz mal se tudo terminar
Um belo dia a gente entende que ficou sozinha
Vem a vontade de chorar baixinho
Vem o desejo triste de voltar
Você se lembra, foi isso mesmo que se deu comigo

Eu tive orgulho e tenho por castigo
A vida inteira pra me arepender
Se eu soubesse
Naquele dia o que sei agora

Eu não seria esse ser que chora
Eu não teria perdido você
Se eu soubesse
Naquele dia o que sei agora
Eu não seria essa mulher que chora
Eu não teria perdido você

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Com licencinha,


Só pra registrar, vim aqui meter o carimbo do "não tenho porra nenhuma pra fazer".

Às vezes chamo isso de tédio. Mas agora estou feliz e chamo de férias, delícia, maravilha, tesão!

É verdade que ainda fico pensando que devo estar esquecendo alguma coisa, pois como se pode não ter absolutamente nada para fazer além de lavar umas roupas, depilar a perna, dormir de tarde, escrever merda no blog a noite, atrapalhar o namorado enquanto trabalha... mas acho que não estou esquecendo de nada não.

Oh vida...

Às vezes até que você é bem engraçadinha.

Vivamos!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Soneto para Viviane

És feia como o espinho que trago no peito
Olhar-te faz sangrar as dores de qualquer alma
Da mais falsa calma
Do mais fétido leito

És feia como a pintura que deu errado
Figura escabrosa do medo e pavor contínuo
Tão logo chega com seu andar torto
Tão logo vou a procura de algum belo porto

Afaste-se de mim, oh brisa mal cheirosa
Deixa-me sozinha, pois seu caminhar é deveras doloroso
Leve embora todo horror, todo ardor e tua fina e feia rosa

E não te esqueça de voltares a qualquer tempo
Pois mesmo feia, há de servir pra alguma besteira
Ainda que seja pela sola de tua frieira

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010



















Não sei se já é um sinal de esclerose, mas estou adorando ficar velha. Certo, velha não. Mais velha.
Não sei também se é fase ou coincidência mas os dias tem sido mais leves. E não falo das últimas semanas.
Os anos tem me trazido alguma calma. Os remédios também, é verdade, mas os anos muito mais.
Quando fiz 21, comprei uns baldes, alguns panos, chantageei amigos em troca de vassouras, lixeiras, fronhas... e fui morar sozinha. Levei muito mais sonho na traseira da pampa (que era mais do que suficiente pra minha quantidade de pertences) que pertences em si. E o reboliço daqueles anos parece que só está se acalmando agora.
É mais tranquilo viver. Sim, é verdade também que muita coisa prática ajuda na diminuição das ansiedades, mas eu sei que o tempo tem sido generoso comigo.
É estranho, mas hoje sempre me pareceu muito melhor que ontem.

Quero muito tempo. Quero que dê tempo de fazer tudo que nasci pra fazer.
Quero um canudo na mão, um buquê pro alto e um filho no colo.
Depois disso, o viver não precisa mais ser pensado. Basta-se.

Vivamos.













Daqui do chão que tenta me refrescar, na noite mais quente do meu ano, penso que tudo vira cotidiano. Mas não um cotidiano novelesco, com toques de novidade a cada capítulo. Cotidiano verdadeiro, em que olho pras coisas e não as enxergo mais. Aquela decoração que há um tempo fiz na parede, meticulosamente pensada para combinar com os móveis e meu estilo, já não vejo mais. Está alí, eu sei. Mas só está. Não mais é.
Os meus amigos estão em algum lugar, talvez animados ou entediados, não sei.
Meu Gomes dorme em seu quarto rosa e não quer ser acordado.
Hoje, está cada um no seu canto, cotidianamente quieto.
A televisão traz algum barulho ao quarto, que já nem posso mais chamar de desagradável.
Deitar no chão não me refrescou. Mas me fez ver a parede de novo. E ficou bonita...
Mas continuo aqui, cotidianamente estatelada, procurando palavras pra não deixar à quem lê pensando que é tristeza.
Nem tudo é tristeza.
Nem tudo é depressão.
A minoria é. A maioria é cotidiano.

Vivamos.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Férias


Porque eu não aguento mais ouvir frases como...





"Então... o comprovante de endereço..."

"Meu RG? Ficou no setor"

"Mas pelo meu CPF você não consegue ver aí?"

"Oi, meu cartão não chegou..."

"Minha conta era lá do ciclo básico..."

"Quanto que dá pra tirar?"

"Eu acho que eu não tenho margem, mas vê aí o que você pode fazer pra mim"

"Só uma perguntinha..."

"Só uma perguntinha [2]: o que eu preciso pra financiamento de casa? É rapidinho..."

"Que senha de letras?"

"Mas ninguém me liga pra avisar?"

NÃO! Ninguém nunca te ligou e nem vai te ligar. Ande sempre com a merda dos seus documentos, leia antes de assinar, pense antes de financiar e vá pra puta que te pariu.

Enfim... férias.

=]

sábado, 30 de janeiro de 2010

Pai, os anjos, a melancia...

Ô pai...

Se tem um tipo de conselho que eu queria ouvir de você era esse. Você nunca errou e eu queria muito sentar pra te chorar todas as minhas dúvidas, os desencontros e tudo mais que vem acontecendo...
Eu confio nas suas palavras quando o tema é esse. Ou confiava. Porque você não é mais o mesmo, e embora isso não seja algo necessariamente ruim, pra esse caso, torna-se assim. E eu sei que não sente mais o mesmo amor por mim. Eu sei bem. E então, o que eu queria, era você como era antigamente e eu também, só pra isso. Depois poderíamos ir embora e passar uns bons meses sem nos falar.

E apesar de estar com o coração mais pra decidido que pra incerto, eu ainda assim queria que você me ouvisse e me falasse.

Obrigada aos anjos que aparecem na minha vida, me ligando só pra saber se já comi, se estou feliz, se uma melancia na cabeça me fará sorrir... eu agradeço imensamente.

Vivo por vocês.

Beijos.