sábado, 27 de junho de 2009

Juliana

Eu poderia me ver como se fosse agora, no primeiro dia de aula. A primeira pessoa a se apresentar. Os primeiros acordes de uma música que ouvimos juntas nos últimos anos. Pois sim, a primeira amizade da faculdade.

Ainda tenho nas anotações de Física que você me emprestou sua imagem mais forte: uma dedicação admirável. E certa vez o Firer me disse que só havia conhecido uma Matemática que conseguiu levar seu curso trabalhando, estudando e sendo feliz. E eu pensei, na época: pois então existem duas.

Ju... como é difícil isso. Eu não sabia. E eu não queria que você tivesse me ensinado.

As faxinas que você fazia na minha casa, como pagamento por eu "deixá-la" dormir lá. O seu quarto tão cheiroso. Suas canetas tão bonitas (e a vermelha que foi a última que te xavequei e você apenas sorriu dizendo "pega logo"). Sua nerdice em véspera de prova. Seus "perrengues". Seus casos complicados e super bem resolvidos. Seu amor pela família. Seus xavecos ao motorista do ônibus pra ele parar mais perto de casa. Sua disposição. Seus conselhos. Sua, mais uma vez, admirável dedicação. Seu diploma merecidíssimo. Sua vida merecidíssima. Honrada. Bonita.

Ju, aquele sorvete no shopping que ficou combinado vai ser pra sempre lembrado. Eu consegui te dar um abraço. Eu te achei ou me colocaram alí pra te dar o último abraço. E que dor, amiga. Que dor está aqui.

Há sofrimento agora. E ele deve ser sofrido.



Fica seu sorriso. Fica sua alegria. Fica minha admiração, meu muito obrigada por tudo e minhas lágrimas que não querem te deixar ir.



Mas vai. Vai com Deus. Vai em Paz. Missão cumprida.



Que saudade...



Beijos.

terça-feira, 23 de junho de 2009

O que eu temo

Treme o corpo.
Treme a mão, treme a perna, treme o peito.
De tremedeira bate o coração, sem razão, sem perdão.
Treme a boca, treme o beijo, treme a sensação.

E eu fico aqui, a te esconder todo ácido tremido. Sobe, queima, treme e desce.

E eu fico aqui.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Eu poderia serví-lo hoje. Ajeitar delicadamente seu último suspiro em uma taça igualmente delicada.

Eu poderia vibrar sensualmente em cima do seu adeus, tão seduzido...
Eu leria nos seus olhos de fome a ingenuidade com que caminhou até alí. E minha fúria sendo tão bem representada pelo choro triste, abandonado, patético. E você alí... julgando sabedor dos males, vítima dos maldosos, meu protetor.
Hoje eu estou aqui. Sem vontade de saber se há fome. Sem gula.

Apenas uma leve vontade de te fazer saber que não é nada do que você está pensando.
E nunca será.

Ingenuidade. Eu vibraria sobre você.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Eu só desejo que fique em paz

Que toda dor seja consolada.

E eu, que sempre defendi a liberdade de escolha sobre a interrupção da própria vida, não o faço mais.
Com um tapa na cara, que me exigia desfazer os nós na garganta que não me deixavam falar, vi e chorei a dor do desconsolo. Vi na foto orgulhosamente mostrada o sofrimento eternizado.

Não há mal mais triste que uma mãe sofrendo. Todas as dores devem ser suportadas por elas.

Rasga a alma. Rasgou a minha. Imagina a dela.

E pela primeira vez, alguém me tirou da boca e do coração um "vai com Deus".

...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Ajude



Não há muito o que dizer.

Procure um hemocentro e faça um teste rápido de sangue. Se no banco de doadores voluntários de medula óssea (Redome) houver alguém compatível, novos exames serão feitos e, comprovada a compatibilidade, você será chamado e terá liberdade para decidir se aceita ou não doar.

A medula retirada re recompõe em 15 dias. O doador precisa ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde.

Não espere que alguém próximo a você precise para então doar. Já tem alguém agora precisando.

Ajude.