quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Era muito preto e branco

Com algum atraso, mas dentro da tradição

E cabe dizer que só li as 2 primeiras frases dessa porcaria. O resto não deve fazer nenhum sentido.

terça-feira, 17 de agosto de 2010


Já não suporto olhar no espelho, ouvir essa voz, ter o coração disparado. Já me dá nojo causar desgosto, listar mais médicos, procurar remédio.
Sinto a pressão da válvula que não escapa, que vaza errado, que me aperta! E não muda nada, os passos são pequenos, cada dia é mais um erro. A cada dia, mais errada. Penso em entupir o dia de tarefas, buscar cansaço, como fazia naqueles tempos. Não penso em nada com minha vontade. Não faço nada por mim, a despeito do que parece. Faço o que me mandam, pra que não me aterrorize e se consume o que berro tantas vezes. Mas o que eu berro, o que me faz ter tanto medo, não é tão grande assim. Ele se faz grande só pra poder ser medo. Só pra me aterrorizar.

Vendo o mundo circular num só redondo que me entontece. Estou enjoada.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Postando pela segunda vez

Porque eu adoro essas palavras.

A um ausente

" Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste"

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Pra que saibam por mim

Fale a eles que você não sente raiva. Deixa que vejam que é pavor, desespero, uma coisa toda que te engole, mas deixe claro que não é raiva. Pense bem quantas vezes já pediu que te deixassem e como mentia. Você não quer ficar só. É o contrário. Quer se encher de presença. Sobretudo da sua. Quer que os cantos da casa voltem a falar, que a sacada volte a entreter, que você volte a se bastar.
Você precisa dizer a ele que não quer que vá embora. Que não quer dominá-lo. Que não quer porque acha que ele ganha ao ficar. Que podem ganhar.
Você precisa parar de chorar, de se preparar, de tentar agradar. Não pode ser que vejam pena onde há espaço pra ganhar.
Só ache, ache, ache um jeito de mostrar! Diga a eles que quer ficar. Que quer que fique. E que não é só você quem tem que implorar.

Faça isso por você. Por mim.

Vivamos.