sábado, 26 de julho de 2008

Vai...

E num repente, parece que pouco ou quase nada. E sem sorriso, parece que nada. E num pedido de ajuda, parece que pouco.
E noutro repente, parece que ela já não mais via vontade. E noutra sintonia, ele sem saber de coisa alguma.
A hora que sempre chega, parece ter vindo pontual. Pressentida. E a encontrou sem fazer chorar. Talvez uma lágrima ou duas só pra sentir que aconteceu. Porque lágrimas são como ponto final que você escolhe em qualquer momento. Chora-se quando se deseja que aquilo acabe. Que venha o alívio. A definição. Triste é precisar de trilha sonora pra isso.
Anestesiamo-nos. Deixamos que assim fique, porque das dores, a menor. Cercamo-nos. Zelamo-nos. Construímos o emaranhado que não os dá acesso. Por vezes, uma mão pra fora dos fios, apenas pra lembrar como era e, no primeiro arranhão, puxamos-a de volta. Voltamos ao venho ritmo, ao mesmo círculo em que regem as mesmas regras. E quase sempre contamos com um membro ausente. Mas sempre sabemos que ele voltará. No primeiro arranhão, voltará pra nós.
Hoje está tudo tão barato e é pra lá que quero ir. Já estou pronta e não quero que me segure a mão. Deixe-me que vá porque a vontade de ficar ficou em algum lugar por você escondido. Eu já parei de procurar. Agora quero ir e os que pouco sentem também querem seu lugar ao vento.
Não será tão difícil. Infelizmente.

Vivamos. Vivamos assim.

domingo, 20 de julho de 2008

Passar uma noite em claro pode ter mil razões. Um suspiro, duas mil.
Ouvir um conselho nada mais é que ouvir um conselho. O que você fará com ele não depende das palavras que ouviu, e sim de quem as falou.
Passar uma noite em claro seguindo um conselho que contraria outro é suspirar aliviada.
Aqui é suspiro. Aqui é alívio.
E nada mais posso falar sobre o fora daqui. Nada sei. Nada importa além do que me contam.
Eu acredito em gestos. Eles são quem o fazem ser. E se forem mentidos, o teatro contará com a platéia certa. Cabe a nós rasgar o ingresso e ler um livro.
Cabe a nós não dormir essa noite. Cabe a nós suspirar.
A noite é o fim de cada dia. Cada dia me trará uma noite. E eu quero todas.

Vivamos.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

"Eu conheço o medo de ir embora,
o futuro agarra sua mão..."

sábado, 12 de julho de 2008

A oração dos que só amam

Mãe, estou aqui agora por você. Como num templo, eu me ajoelho diante das palavras e imploro pela sua cura. Entre lágrimas e todo desespero que sinto quando não estou segurando a sua mão, vou colocando aqui todo meu amor, todo meu otimismo e todas as minhas forças por você. Você, mãe, você e só você é a única pessoa pra quem eu daria minha vida. Se eu pudesse sofrer todas as suas dores eu começaria a sentí-las agora.

Meu maior amor é dedicado a você. Tudo que eu tenho de referência está no seu corpo. Tudo que eu tenho de melhor está focado na sua vida.

Eu nos vejo saindo desse lugar e de tudo que te traz dor. Eu te vejo nas roupas novas que estão no armário te esperando vestí-las. Eu te vejo sorrindo no meu aniversário. Eu te vejo linda, como você é. Eu te vejo aqui, perto de mim. E é isso que a vida tem que nos trazer. Vida. Eu quero vida. Eu quero você.

Minha vida não tem mais nada além, agora. Tudo parou pra te ver reagir.

Eu choro de medo. Eu sinto suas dores. Eu estou aqui por você. Nada mais me importa.

Mãe, eu amo você. Fique comigo.

domingo, 6 de julho de 2008

"Dorme cedo".

"Apaga a luz quando sair".

"Quer leite?"

"Dorme com os anjos".

É... saudade de casa. Meu quarto, mamãe aqui do lado, irmão disputando computador...

Ê família... escrever de longe já vi que é outra história. Voltar quando precisam de você é ver que você também precisa deles. Esse cheiro está me fazendo querer senti-lo mais vezes.

Custa caro a independência. Mais que uns reais mensais. Mais, muito mais. E é boa. Inegavelmente boa. Mas cansa poder fazer o que quiser na hora que bem entender. Acostuma-se e vira outra família. A sua e só sua. Faltam regras. As mínimas. As mais bobas. As que te formaram...

Eu sei que vou voltar pro meu canto, pro caminho sem volta. Mas agora eu quero ficar aqui, ser filha, irmã, não ser a única.

Saudade boa. Saudade de quem a está matando no momento.

E vamos lá, vamos fazer o que tem que ser feito pra que sempre possamos voltar e ver que sentimos saudade de tudo que ficou mais longe um dia. Que todos estejam por aqui o maior tempo possível, e que jamais será o suficiente.

Vivamos (juntos).