domingo, 30 de novembro de 2008

Valendo

Quando há uns anos adotei o primeiro vício pensava ser ele curável se os demônios maiores também o fossem. Pensava que nada poderia ser maior que aquilo que me comia por dentro, aquela sensação constante de que o fim chegaria e, se por ventura se afastasse, deveria eu trazê-lo de volta. A sensação de que teria que acabar. Que o natural era esse. Eu esperava pelo fim. E o buscava. Mas a vida era péssima. E qualquer vício seria menor que o da rota daqueles pensamentos. De fato: parar de fumar foi incomparavelmente mais fácil.
Os anos passam e os novos trazem a outra sensação. A de bem estar. A de querer o começo.
Que não passe do meio. E que o meio demore a chegar.
Que nos sintamos começando todos os dias, em todos os abraços dados e esperados. Em todas as palavras mal faladas um pouco mais de vontade. Vontade de acertar. Vontade de não deixar o começo acabar.

Vontade de começar.

Eu só quero começar.

Vivamos.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Porque essa coisa que quase sempre me enrubesce às vezes engasga, entala, engana. Às vezes o que reclamo não ouvir da sua mão é o que eu chamo pra explicar o porque não. Porque é estranho como muda pro normal de ser ruim, pro normal de ser assim, assim como alarma uma paixão.

Porque sai de dentro um pouco. Só pra eu me lembrar o quanto amor engasga aqui. Sai.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Otelo

Mas eu não ligo, não... No fundo, eu não ligo mesmo não.
O que enceno é então a preparação para o que não sei fazer direito. É um procura e acha que achou mas não acha coisa alguma. É assim, quase todo dia. Ainda bem que todo dia sou só eu quem mora aqui.
E as declarações que eu xingo quase nunca são sinceras. Os conselhos que eu sofro quase nunca são maduros. Pra falar a verdade? Eu faria bem melhor. Eu faria bem melhor! Mas só faria se quisesse...
Por alguns caminhos prometi por dentro não seguir o que os verbos brigavam na hora. Eu só queria contrariar. Eu só queria infernizar. E eu consegui. Foi assim, então, que fiz da minha própria cabeça o inferno para o qual não estou nem aí... no fundo, não estou nem aí.
Não sei se é bom, não sei se é ruim. Eu só sei que tem sido assim...
Mas se eu pudesse fazer um pedido, eu só desejaria que os demônios saíssem do meu estômago e fossem festejar em outro lugar. O inferno tá quentinho demais pro meu amor aguentar.

Vivamos.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008



Há 3 meses cortei vícios. Há 3 meses minha vida é um saco.
Pois se o espaço é meu, eu faço dele o que bem entender.
Comecemos.
Não adianta falar. Eu posso até estar errada, mas eu acredito piamente nas minhas convicções. E eu posso não te falar, mas eu não posso deixar de reparar.
Porque a certeza é matemática: ninguém é o que diz ser. Ninguém.
Eu não posso fazer muito além de sentir muito. Ah, vocês, eu sinto muitíssimo.
Somos todos a mesma merda, não? Mas claro que aos meus olhos sou uma merda bem melhorzinha que você.
E é assim que vai a vida. Vaga, vaga. Mas ela vai e eles estão aqui. Ah, vocês não sabem ir pra não voltar.
Estou olhando tudo. Sentindo todos os tons. Confirmando cada erro. Seu.
Chega dos meus. Porque chega. Quem disse que felicidade é o que você quer ver?

Ah, viva aí que eu vivo aqui.

Vivamos.