terça-feira, 17 de agosto de 2010


Já não suporto olhar no espelho, ouvir essa voz, ter o coração disparado. Já me dá nojo causar desgosto, listar mais médicos, procurar remédio.
Sinto a pressão da válvula que não escapa, que vaza errado, que me aperta! E não muda nada, os passos são pequenos, cada dia é mais um erro. A cada dia, mais errada. Penso em entupir o dia de tarefas, buscar cansaço, como fazia naqueles tempos. Não penso em nada com minha vontade. Não faço nada por mim, a despeito do que parece. Faço o que me mandam, pra que não me aterrorize e se consume o que berro tantas vezes. Mas o que eu berro, o que me faz ter tanto medo, não é tão grande assim. Ele se faz grande só pra poder ser medo. Só pra me aterrorizar.

Vendo o mundo circular num só redondo que me entontece. Estou enjoada.

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