sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Só... com você.

Então seca minhas lágrimas, me coloca nos seus braços, se devolva à mim! Tira de dentro a saudade que agride, a tristeza que me oferece o cigarro que não cabe mais.
Volta a dizer as suas implicâncias. Volta a falar. Ressucita. Não me deixe aqui tentando te encontrar. Morrendo.
Me leva com você, me busca aqui, no fim do que parecia vida. Me mata pra que eu possa saber como é estar com você.
Não me deixe assim...
Não me deixe aqui!
A morte foi minha. O fim foi meu. Não existe mais nada. Só me pára a dor porque eu não posso mais.
Não me deixe aqui sozinha, mãe.

4 comentários:

Marilyn disse...

Roberta, posso pegar o texto como meu também?
Você conseguiu falar coisas que eu disse à minha mãe e que repito a mim mesma até hoje.
Passei aqui para conhecer {finalmente!} seu espaço, ler tuas emoções, agradecer teu carinho e me deparo com um texto que poderia ser meu e que pego emprestado. São palavras que repito a cada momento quando preciso enfrentar mais horas sem minha mãe ao lado, no modo físico de se entender.
De tudo o que passei, hoje sei que cada um tem seu tempo e suas certezas. Eu tinha as minhas, minha mãe tinha as dela, mas a gente não queria aceitar. Hoje eu acredito que ela entenda o que eu me esforço a acreditar: que vê-la numa cama, entristecida, dolorida, assustada, não era correto. Ela precisava voar e para isso, precisaria me deixar aqui. O que me conforta, é saber que ela foi em paz, sem sofrimento, sem dor, segurando minha mão.
"A morte foi minha" e sempre será, mas o fim eu acredito que não exista.
...
Obrigada pelas palavras de carinho, querida. Você não imagina como faz bem. Vira e mexe quando a saudade dói mais, eu corro para reler tudo e me alivio novamente.
Não tive um *feliz* natal, impossível... mas desejo a você e sua família muita saúde, harmonia, paz e felicidade pra vida toda!
Beijo!
Marília

Obs: seu blog é lindo! não escreva somente para si mesma, divida com a gente! ;)

Unknown disse...

Querida... o texto É seu!
Essa semana uma amiga perdeu a mãe e eu não consegui achar outro jeito de aliviar o que sentia que não fosse escrever. Pôr na "caixa de texto". E no meio do que estava sentindo e escrevendo, eu pensei muito em você. Eu, felizimente não perdi minha mãe. Mas as coisas andam muito frágeis, e meu medo (meu terror) todos os dias me faz cavar mais um pouquinho o buraco em que, rotineiramente, me sinto entrando. Se imaginar a possibiliadade já destrói, eu não posso suportar pensar em lidar com isso consumado. Assim, "olhar" pra vocês duas só pode merecer )muita) admiração.É muita força. É muita força!
Eu não tenho nenhuma forma eficaz de aliviar seu sofrimento, mas o tanto que eu gostaria, você não faz idéia. Mesmo sem te conhecer, tenha certeza de que penso muito em tudo que se foi passado por aí, em tudo que se passa e em tudo que pode vir pela frente. Porque sofrimento tem como única função fortalecer. E você parece ótima aprendiz.
Muito obrigada pela visita, muito me alegra ter gostado, e repito: o texto é seu! Sempre foi.
Um beijo enorme!!

Anônimo disse...

Preciso dizer alguma coisa!??
Sem comentários..

Laís disse...

Muito bom mesmo! É de marejar os olhos só de ler...