sábado, 26 de julho de 2008

Vai...

E num repente, parece que pouco ou quase nada. E sem sorriso, parece que nada. E num pedido de ajuda, parece que pouco.
E noutro repente, parece que ela já não mais via vontade. E noutra sintonia, ele sem saber de coisa alguma.
A hora que sempre chega, parece ter vindo pontual. Pressentida. E a encontrou sem fazer chorar. Talvez uma lágrima ou duas só pra sentir que aconteceu. Porque lágrimas são como ponto final que você escolhe em qualquer momento. Chora-se quando se deseja que aquilo acabe. Que venha o alívio. A definição. Triste é precisar de trilha sonora pra isso.
Anestesiamo-nos. Deixamos que assim fique, porque das dores, a menor. Cercamo-nos. Zelamo-nos. Construímos o emaranhado que não os dá acesso. Por vezes, uma mão pra fora dos fios, apenas pra lembrar como era e, no primeiro arranhão, puxamos-a de volta. Voltamos ao venho ritmo, ao mesmo círculo em que regem as mesmas regras. E quase sempre contamos com um membro ausente. Mas sempre sabemos que ele voltará. No primeiro arranhão, voltará pra nós.
Hoje está tudo tão barato e é pra lá que quero ir. Já estou pronta e não quero que me segure a mão. Deixe-me que vá porque a vontade de ficar ficou em algum lugar por você escondido. Eu já parei de procurar. Agora quero ir e os que pouco sentem também querem seu lugar ao vento.
Não será tão difícil. Infelizmente.

Vivamos. Vivamos assim.

Um comentário:

Lego disse...

"...das dores, a menor"
faz todo sentido.