segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010














Daqui do chão que tenta me refrescar, na noite mais quente do meu ano, penso que tudo vira cotidiano. Mas não um cotidiano novelesco, com toques de novidade a cada capítulo. Cotidiano verdadeiro, em que olho pras coisas e não as enxergo mais. Aquela decoração que há um tempo fiz na parede, meticulosamente pensada para combinar com os móveis e meu estilo, já não vejo mais. Está alí, eu sei. Mas só está. Não mais é.
Os meus amigos estão em algum lugar, talvez animados ou entediados, não sei.
Meu Gomes dorme em seu quarto rosa e não quer ser acordado.
Hoje, está cada um no seu canto, cotidianamente quieto.
A televisão traz algum barulho ao quarto, que já nem posso mais chamar de desagradável.
Deitar no chão não me refrescou. Mas me fez ver a parede de novo. E ficou bonita...
Mas continuo aqui, cotidianamente estatelada, procurando palavras pra não deixar à quem lê pensando que é tristeza.
Nem tudo é tristeza.
Nem tudo é depressão.
A minoria é. A maioria é cotidiano.

Vivamos.

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